quarta-feira, julho 05, 2006

Itália acaba com o sonho alemão

Eduardo Sartorato
www.nagrandearea.blogspot.com


Jogo 61 – Alemanha 0 X 2 Itália*
* Em 120 minutos. No tempo normal foi 0 X 0.

Eu sempre pensei que a coisa mais emocionante que poderia vir depois de 90 minutos e nenhum gol seriam os pênaltis. Hoje vi que não.

Dois gols no finzinho da prorrogação é muito mais emocionantes que qualquer disputa de tiros diretos da marca penal.

Principalmente quando o resultado faz grande justiça a um time que lutou todos os 120 minutos de bola rolando.

Não que a Alemanha não tenha lutado. Também o fez com muita garra e hombridade. Mas, tecnicamente, foi inferior aos italianos.

Itália que surpreendeu ao mostrar uma postura ofensiva desde o início do jogo. O primeiro tempo foi cheio de chances para a azzurra abrir o marcador.

A Alemanha também mostrou que não chegou por acaso. No fim do primeiro tempo, Podowski quase marcou.

O segundo tempo foi mais emparelhado. Inclusive, em certas horas, com a Alemanha ditando o ritmo do jogo e indo para cima dos italianos.

Mas é nesta hora que um técnico se destaca – ou se enterra. Marcelo Lippi colocou Gilardino e Iaquinta, no lugar de Luca Toni e do meia Camoranesi.

Uma formação mais ofensiva não era o que eu esperava de Lippi. Mesmo assim ele fez questão de abrir mão de um de seus homens de marcação para tentar a vitória.

As substituições não deram efeito imediato e o jogo foi para a prorrogação.

Lippi parecia estar com medo do péssimo retrospecto em pênaltis da Itália. Em três decisões na história da Copa, os italianos perderam três vezes.

Do outro lado a Alemanha venceu todas as suas quatro disputas de penalidades que teve em Copas do Mundo.

E, talvez, nem precisasse mexer mais na equipe se Gilardino ou Zambrota tivessem marcado em um dos chutes que acabou esbarrando na trave, no início do tempo extra.

Contudo, Lippi, mais uma vez, mandou o time para cima. Tirou mais um marcador, Perrota, e pôs Del Piero, meia ofensivo.

Marcelo Lippi estaria sendo vítima, neste exato momento, de ferozes críticas por toda bota italiana se Podowski não tivesse errado a cabeçada no final do primeiro tempo da prorrogação.

Já até imaginava vários jornalistas da Itália gastando páginas e vozes, criticando o estilo ofensivo de Lippi, caso a Itália não saísse vitoriosa.

Mas quis o destino que fosse diferente. O mesmo Podowski teve a chance de matar o jogo num chute cruzado no início da segunda etapa da prorrogação, mas errou mais uma vez.

Quando todos já previam pênaltis, aos 13 minutos do segundo tempo da prorrogação, eis que surge um excelente passe de Pirlo para o ala Grosso, no meio da área alemã.

O detalhe é que Odonkor, meia alemão, que entrou na prorrogação, estava cobrindo o lado direito do gol de Lehman.

No desenrolar do lance, Odonkor exitou, por um instante, e saiu de sua posição para combater no meio da área.

Foi na hora que Grosso, que até então fazia uma Copa apenas regular, acertou provavelmente o chute mais importante de sua vida.

E a bola passou, acreditem, no espaço deixado por Odonkor e foi morrer no fundo do gol alemão.

Não havia mais tempo. Ou melhor, não havia mais tempo para os alemães, pois a Itália ainda se aproveitou de um lindo contra-ataque para Del Piero fazer mais um e decretar a vitória dos azzurri.

Futebol é assim. Tristeza em Dortmund, festa em Roma. E Lippi..... exaltado com todos os méritos.

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