Brasil está fora

Brasil está fora

Eduardo Sartorato
www.nagrandearea.blogspot.com

Jogo 60 - Brasil 0 X 1 França

Acho que não há muita coisa que se explicar. O Brasil jogou mal e foi eliminado, novamente, pela França.

Mais uma fez os franceses deram aula de futebol aos brasileiros. Zidane foi o grande professor que, com os seus passes e dribles, mostrou ao Ronaldinho o que é ser craque.

Roberto Carlos foi uma tristeza. Parece que em toda decisão contra a França ele quer brincar. Foi assim que nasceu o primeiro gol em 98. Foi assim que saiu o gol em 2006.

Cafu mostrou que sua era acabou. Ou melhor, que já deveria ter acabado há muito tempo. Não consegue mais jogar em alto nível para estar numa seleção.

Mas a falta de futebol mostrado pelo time do Brasil vai além da má performance dos dois laterais.

Antes de falar em escalação, em quem deveria entrar jogando, é necessário ponderar que eu não sei quem estava e quem não estava realmente em condições de jogo.

Mesmo assim, senti falta de um volante como o Émerson. Ironicamente, um dos mais criticados jogadores do Brasil não esteve em campo no desastre de Frankfurt.

Creio que a sua ausência foi pela contusão, e não por opção de Parreira. Gilberto Silva voltou a mostrar que não é tão eficiente na marcação.

Zé Roberto também não jogou bem. Aliás, nenhum meio-campista. Não conseguiram marcar a França e também não saíram da marcação imposta pelo adversário.

Apesar de muito pedido, Juninho não jogou nada. Kaká, só conseguia dar a bola nos pés do adversário.

No saldo final da Copa, salvo apenas quatro jogadores. Lúcio e Juan, que demonstraram mais do que futebol, souberam honrar a camisa verde e amarela.

Dida, que foi uma muralha em vários jogos, principalmente contra Gana. Só levou dois gols, e não teve culpa nenhuma.

E Zé Roberto, que apesar de não ter se apresentado bem contra a França, salvou o Brasil em outros momentos da competição.

Elejo Lúcio como o melhor jogador brasileiro na Copa do Mundo 2006. E Ronaldinho Gaúcho o maior fracasso de todas as Copas que eu vi, incluindo todas as seleções.

Jogou no meio, jogou na frente. Não fez nada durante todo o torneio.

Enfim, aponto três motivos que eliminaram o Brasil precocemente.

Primeiro, a falta de vontade da maioria dos jogadores. Pode ter sido, inclusive, excesso de favoritismo. Não sei precisar a razão. Mas o grupo não estava focado na Copa.

Segundo, Carlos Alberto Parreira. Toda eliminação traumática como esta, o treinador é o mais culpado. Mas Parreira deu motivos.

Motivos estes que acabam se confundindo com o terceiro fator, a preparação. Não se prepara para uma Copa do Mundo jogando contra a Rússia, Nova Zelândia e seleção de Lucérnia.

Não se prepara para uma competição de alto nível com treinos que mais pareciam brincadeiras de criança.

E Parreira tem esta responsabilidade, juntamente com a CBF. A culpa maior de insistir num planejamento confiando numa base que já estava velha.

Em manter o chamado “quadrado”, mesmo que o “triângulo” tenha funcionado mais na Copa das Confederações. Torneio este que mostrou imprescindibilidade de Robinho.

Não adianta fazer mudanças bruscas dentro de uma Copa do Mundo, um torneio curto. Tem que chegar já com a base da equipe montada.

O resultado numa Copa é a média de todo um conjunto de trabalho durante quatro anos. Não se prepara apenas um mês antes da competição.

Parreira deve deixar a seleção. Dificilmente voltará. Na sua história ficará a grande imagem do sucesso de 94, e o fracasso de 2006.

Poderia ter evitado esta mancha, caso não aceitasse dirigir a seleção neste último ciclo. Mas quem não tenta não merece glória.

Por isso, contudo, aplaudo a sua tentativa. Mas, infelizmente, seus méritos não foram muito além disso.